21 de junho de 2013

MÃOS QUE SE ACHAM



Nei Duclós

A noite nos abraça, avesso de pálida. Nossas mãos em pânico se acham. Acendemos o fogo sob o frio intenso

Trazes a diferença, o amor que voa longe.

O que digo é simples. Ligue no que nos ilumina.

Quero-te ao redor, armadilha de açúcar.

Quando me visitas a voo de pássaro vibro em cada pulo da tua tormenta.

Não te alcanço, por mais que te escreva.

De que adianta o amor se não estamos juntos?

Te foste, andorinha do pampa. Entraste no mato em voo rasante. Não voltas, combinação de encantos

Bonita demais o que me dás de espírito. Bebo na fonte de puro alívio.

Tudo o que sou de torto não te chama a atenção. Enxergas apenas meu coração quando não se esconde.

Pode levantar agora, disse o anjo. Você está morto.

Celebro a beleza, último lance do cosmo antes do sumiço das estrelas.

Foram-se os sonhos, em disparada. Mas bateste na porta, andarilha fogosa.

Fique só, só quando me aguardas

Porque estás próxima ganhei mais vidas. Quero gastá-las com teu toque.