Nei Duclós
Já foste embora, flor, criação
da noite, pois o dia acaba quando
sonhas e te recolhes no ar,
sonâmbula, abandono em espiral
Resto sem ver o ponto exato, onde
pousas o coração, rouca maquiagem
fonte do mal que asperges desatenta
gelo na fonte de tanta indiferença
Apagas como a luz no desespero
ao saber-se precária e viver datado
vinga-te, espelho fosco de esmeralda
Me deixas só, gruta sobre o abismo
jogas pesado com teu saber divino
amanheces só se eu confessar o crime
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Gerard Boersma