Nei Duclós
Em cada cálice ponho o licor de musa
oferta de um Olimpo fora de uso
ângulo agudo, divindade em ruínas
heras em lixo junto à pedra brita
Brindo à beldade que mantém a linha
a cantar soldados que já estão mortos
busco o perfume, rasura de uma esquina
conluio de amor de juras jamais ditas
Escrevo sobre a laje o verso sem sentido
sabendo que virás pelo cheiro do verbo
microfone em punho, alma de outro mundo
Sou o turista ocasional dessa rebeldia
que medra sem cessar na tirania do tempo
Cumprimento com o chapéu, linda medusa
RETORNO - Imagem desta edição: Marilyn Monroe.