Nei Duclós
Mármore, vista de longe
fruta, quando se entrega
pintura forçando o verbo
jarra em varanda aberta
Meço o perfil do talento
mão que sonha desperta
condão de bizarra fada
luz de um farol deserto
Em cada som, tua letra
risca a lua num concerto
beijo além da primavera
Repito a voz que me deita
perfume de flor longeva
sou escultor da mais bela
RETORNO – Imagem desta edição: Esperando os barcos, 1892,
autor desconhecido.