27 de julho de 2008

A AMÉRICA ABRAÇA A VELHA ALEMANHA


O império americano é fruto da ditadura alemã. Foi a partir da derrota do nazismo e a conseqüente clonagem do sistema desmontado em Berlim que os americanos fundaram um regime global, com todos os instrumentos inventados na era Hitler, a começar pela manipulação da sociedade do espetáculo, da cultura de massas. Goebels, o ministro das comunicações do nazismo, é o pai da abordagem imposta na mídia a partir de 11 de setembro de 2001, que não admite defecções ideológicas.

O que reforça essa idéia são os outros hábitos nazistas totalmente assumidos pelos americanos, como a invasão dos países, a estratégia do espaço vital (anexar Porto Rico, Havaí, intervir no Chile e no Brasil são exemplos), sem falar no roubo da tecnologia alemã dos foguetes, entre outros mimos. Recentemente, temos mais duas provas da conexão entre a velha Alemanha e a América imperial: o discurso de Obama em Berlim e o filme “10 mil anos antes de Cristo”.

O filme é do alemão Rolando Emerich e inventa a lenda dos habitantes das montanhas brancas e o mito da criança de olhos azuis. Anti-darwinista por excelência, o criacionismo do filme instaura uma ancestralidade da raça branca. Por mais que haja luta, evolução, adaptação ao ambiente, o que conta é o destino manifesto do povo atacado pelos terroristas de outras raças que foi atrás do prejuízo, procurando a matriz genética da pureza, a bela mulher seqüestrada pelos bandidos étnicos. É de um nazismo atroz , disfarçado de blockbuster. E com um adendo: a moça de olho azul é filha de americano com brasileira, Camila Belle. É preciso anexar elementos para manter a escrita. Camila encarna a nova roupagem para o mito da velha eugenia. Podem ser anexados novos elementos, como a mestiçagem, mas na essência é preciso manter o núcleo do poder eugênico, a raça caucasiana, das alvas montanhas. No mínimo virtualmente.

Obama em Berlim fez o maior sucesso e é tocante ver sua negritude em contraste com a branquelidade dos loirinhos politicamente corretos. Os aplausos são para a superfície, para o fato de um negro ser candidato à presidência americana. Palmas para ele, veja que exótico. E também para o discurso bem elaborado que retoma um pouco o tom épico perdido na política de hoje. Com sujeitos no poder como esse francesinho amante da modelo, fica fácil para Obama dizer algumas palavras épicas para a multidão branca cheia de complexo de culpa pelos crimes cometidos pelos seus avós. As palavras do candidato são explícitos dessa necessidade de um império que precisa retomar o rumo.

A exploração mundial usufruída pelos Estados Unidos precisa de discursos politicamente corretos para se preservar. Não pode continuar como Bush, que gastou todos os cartuchos gerados pelo ódio ao 11 de setembro. Precisa criar novos insumos para continuar imperando. Se isso significar se retirar do Iraque ou retomar a velha aliança com a Europa, não importa. O que vale é manter o sistema de opressão mundial, em que um império manda e obedece quem perdeu a soberania. Obama é uma lufada de ar fresco no sistema de exploração. Ou ele falou em eliminar a ditadura financeira em todo o mundo? Claro que não, não é louco.

Falar mal de Obama é cair na armadilha de McCain. Você não pode ser contra Obama, senão estaria defendendo Bush. Isso é uma asneira irremovível. Que temos nós a ver com o texano fanfarrão e imbecil? E que temos nós a ver com os orgasmos anais dos alemães diante do homem negro que veio de longe dizer que seu pai foi cozinheiro e agora ele pode reatar os laços da América vitoriosa com o espólio da Segunda Guerra, quando foi composta essa união entre o projeto nazista e o novo império?

Para que falar dessas coisas? Para não cairmos na tentação de desvirtuar o rumo da nossa esperança. Não devemos esperar coisa boa de quem quer apenas renovar o império. Precisamos ter esperança em nosso taco, em nossa lucidez, em nossa vontade de mudar o mundo. E vamos mudar, com o braço de palha da nossa escassez. Um sonho é capaz de sustentar uma estrela.

RETORNO - Imagem de hoje: a bela Camila Belle, filha de brasileira com americano, encarnando a nova roupagem para o mito da velha eugenia. Detalhe: no concerto internacional das nações, o Brasil entra sempre com a mulher.

EXTRA - ENCONTRO NA MAR E LETRAS

Neste domingo, dia 27 de julho de 2008, às 16 horas, estarei autografando meus livros na simpática Mar e Letras, livraria aqui do bairro de Ingleses, no Norte da Ilha de Santa Catarina. A Mar e Letras promove uma feira do livro atraente, cheia de novidades e preços ótimos. Fica no Centrinho de Ingleses, bem em frente ao supermercado Colina. Fácil. Ao lado do Oceano Atlântico.

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