30 de julho de 2006

À SOMBRA DE GETÚLIO

Diário da Fonte



Há coisas melhores a fazer neste inverno que enfim se instalou entre nós. Ficar embaixo das cobertas ou tomar sol no quintal, quando há quintal. E deixar um pouco para lá não apenas o micro, mas o que ele nos traz de bizarro. Como, por exemplo, a declaração de Lula sobre o Getúlio Vargas. De que ele, atual presidente, só fez menos pelos pobres do que o grande estadista (Lula assim finge que dá crédito ao trabalhismo, só para tungar os votos getulistas). A diferença é brutal e por isso, com os dedos enregelados, estou aqui para dar o troco, dentro da minha limitação de cidadão trabalhista irado. Esse negócio de que Getúlio era pai dos pobres é invencionice da direita: do imperialismo (que jamais aceitou o Brasil soberano), do entreguismo (que levou surras sucessivas nas urnas até apelar para o golpe de estado em 64) e dos falsos acadêmicos, que inventaram o populismo varguista para que o poder (o dinheiro) caísse no colo deles, via FHC e Lula. O que tem de acadêmico que encheu os bolsos de grana de maneira vil a partir da tese do populismo varguista não está no gibi. Getúlio nunca fez nada pelos pobres. Fez pelos trabalhadores, o que é outra coisa. Subsidiou empregos reais por meio do subsídio às indústrias, já que não havia parque industrial de fato antes dele. E abriu empregos por meio das instituições do Brasil soberano, como a limpeza pública, o sistema de saúde, a malha ferroviária, que no seu governo teve grande incremento.

CANALHA - Getúlio não fazia caridade para manter-se no poder. Ele agia na base, na infra-estrutura da nação. Os empregos vinham por efeito de sua visão de estadista. Seus adversários, que o derrubaram em 1945, forçaram seu suicídio em 1954 e finalmente se instalaram no poder em 1964 (e de lá ainda não saíram), é que inventaram a bobagem de que ele ficava dando esmola para pobre, só aparecer como o paizão. Isso é o que disseram dele e por que disseram? Simples, porque eles, os adversários de Getúlio, é que são assim; eles apenas projetaram em outra pessoa o que trazem dentro de si. O populismo é uma invenção da direita. Esse negócio de comprar voto com óculos e cesta básica, de inventar programa social só para desviar recursos públicos, tudo isso vemos por todo o canto no país retaliado em grotões e dominado pela casta de sempre, agora incrementada com essa canalha que se grudou no poder público para fazer o que a mídia não cansa de denunciar.

RASTEIRA - Lula é a representação dessa contrafação, dessa rasteira conceitual no trabalhismo: nasceu e se criou politicamente à sombra de Getúlio (que foi erradicado do país pela direita), para negá-lo, trair (insuflado pela estratégia entreguista)seus sucessores legítimos, empalmar o poder e agora tentar ludibriar o voto clonando sua memória. Na época de Getúlio, o povo brasileiro tinha dignidade, tinha chances de educação e emprego de verdade. Vejam quanta coincidência: a maioria dos grandes gênios brasileiros são da Era Vargas. Façam o balanço. Hoje, descobrem os especialistas tardiamente, de cada dez empregos, nove são de passeadores de cachorro, os tais subempregos. Essa é a obra das atuais personalidades públicas, que toda vez que abrem a boca nos fazem lembrar Tarso de Castro: "dá vontade de pedir a cidadania de cachorro paraguaio".

FERROVIA - O cidadão trabalhava na ferrovia por toda a vida. Depois se aposentava e morria dignamente. Sofria dificuldades, como sempre, nesta vida em eterno conflito. Mas não era obrigado a enfrentar a polícia para vender porcarias chinesas no farol, como hoje. O governo atual, que eliminou as últimas chances de uma vida mais ou menos viável ao escancarar (em troca de esmolinhas pífias de programetes populistas) as pernas da nação para a linha dura chinesa, que hoje não apenas inunda o mercado de quinquilharias, como ainda fornece insumo para o que resta das nossas indústrias, é o exemplo da tal política internacional do governo petista. E ainda vem esse traidor falar em Getúlio Vargas, bem no momento que libera alguma bufunfa para o estado que ele ignorou durante todo o seu mandato, que, esperamos será o último da sua vida.

EXAUSTÃO - Morrem de ódio e inveja do presidente Vargas, jamais esquecido, que mora no coração do povo, não por ter sido populista, não por tê-lo enganado, mas porque o incluía na sua política pública de soberania. Tanto falei essas coisas aqui no DF que chego a ficar exausto da repetição. Mas o noticiário apenas confirma o que este espaço de jornalismo autoral disse com todas as letras todos esses anos. É sempre bom cobrar a conta e dizer: não falei? Aí está o cara que sempre atacou o trabalhismo com esse gesto demagógico de ir lá no Rio Grande do Sul mentir sobre Vargas. Arre, égua.

RETORNO - 1. Faço parte, com muita honra, da Academia Uruguaianense de Letras -AUL, agora reativada. Recebo o balanço da primeira reunião: "Na quinta-feira, dia 27 de julho, às 18h, na Secretaria Municipal de Cultura, Juventude e Esportes, localizada na rua Tiradentes 2801, foi realizada a primeira reunião com integrantes da Academia Uruguaianense de Letras (AUL). Na oportunidade, por consenso, foi escolhida a Diretoria Provisória da AUL, que ficou assim composta: Presidente ? Vera Ione Molina Silva, 1º. Vice-presidente ? Colmar Duarte, 2º. Vice-presidente ? Daniel Fanti, e Secretário-Geral ? Ricardo Peró Job. Também, participaram da reunião os acadêmicos: Gelsa Soares Verdum, Fernando Pereira da Silva, Carlos Fonttes, Rubens Montardo Junior e Rafael Ovídio Gomes da Costa."

2. Miguel Duclós envia nova mala direta sobre atualizações no site Consciencia: "Informo a todos que adicionamos à Biblioteca do Site um ebook: "Aristóteles - A Constituição de Atenas". Texto único do estagirita, pois não faz parte do Corpus Aristotelicum. É um texto perdido que foi descoberto somente em 1890 por um missionário americano em um antigo papiro no Egito. Sua autenticidade tem sido objeto de controvérsias - alguns comentadores consideram que se trata de trabalho de um dos estudantes do Liceu, e não do mestre. De qualquer forma, trata-se de uma fonte inestimável para todos os que se interessam pela história e cultura da Grécia Antiga e de Atenas no período clássico - o farol do universo. Neste texto consta a explanação de vários costumes e leis gregas, bem como um levantamento de suas origens até a época em que foi redigido.Disponível na Biblioteca do site a primeira tradução brasileira para a obra, com uma atualização ortográfica do português".

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