15 de abril de 2018

A DETETIVE


Nei Duclós

O dia só tira
Fica um resto
que decide a poesia

Em vão tentamos preencher o vazio
soltando a língua

Mas a cortina se fecha
Olhamos através do vidro
Alguém de campana na esquina

É a oculta detetive
Ela investiga as pistas
que deixei na cena do crime

São frangalhos de poemas
Inútil teimosia.
Ela procura uma carta perdida

Lá eu confesso:
Não soube terminar um verso
E te liguei, musa convicta


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