Nei Duclós
O que fica do poema é a memória
Liga autêntica de uma oculta joia
O tempo a derrete entre as sobras
mas permanece o vínculo, flor sólida
Crio o momento e ele ocupa o pódio
entre baús de vime, carteiras de couro
porta-retrato de mudança e espólio
fato inconteste da viagem insólita
A isca da lembrança é a letra sonora
a que gruda no ar, maduro esporo
ouvimos algo que se mistura ao longe
é o verso teimoso puxando a corda
Tens um caderno, copias a estrofe
depois a recitas para anônima plateia
arrancas assombro por teres acesso
a uma arte possessa de antiga glória
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