18 de abril de 2016

O SANGUE AZUL DA IDEOLOGIA



Nei Duclós

As virtudes revolucionárias definem a nova aristocracia, que torce o nariz para as decisões e os perfis do Terceiro Estado, o Congresso. Robespierre implanta o terror ideológico fundado numa fraude, a porção minoritária do voto encurralado pela abstenção e pela oposição, num pleito cacifado pela propina.

Há um frisson com engulhos diante da diversidade da nação exposta na representação de palanque, que se faz instrumento de uma vontade coletiva expressa nas ruas e que levou tudo a reboque, inclusive a mídia acusada de ser sua inspiradora.

A nobreza inventada pela posse ilícita dos recursos públicos acredita, como Robespierre, que o país não precisa de mais juízes, mas de mais guilhotinas. Não há inocentes na queda de braço dos Estados Gerais. Tudo pode servir à pose de quem se acha detentor de um patrimônio comum, o povo, e demiurgo de uma religião, o poder.

Ondes estás, Tocqueville? Precisamos de tuas luzes.

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