22 de abril de 2016

A TERRA



Nei Duclós 

Imaginamos a terra e ela retribui
O berço é fruto da vigília
(o sono que se esvai entre armadilhas
do despertar tardio)

 Vivemos no casulo, invenção do uso
Criaturas datadas, somos findos  
capítulos de correnteza
claros de crepúsculos

E tem o mar, que não é terra,
mas sua porção maior,
O mar é a longevidade feita de surpresa
que o húmus não supera

Vivemos entre corais, ossos de sereia
 e a primavera, a ilusão suprema
Há neve em nosso olhar
e um barco a vela

RETORNO - Imagem desta edioção: obra de Eugène Fromentin

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