6 de abril de 2016

O DURO OFÍCIO DA INTERPRETAÇÃO



Nei Duclós

Uma equipe pesada de atores fazem de A Condenação (2010) do diretor Tony Goldwyn e da roteirista Pamela Gray, ambos quadros fixos da TV, um trabalho denso e brilhante. Hillary Swank é o que já sabemos: a atriz que venceu o Oscar com A Garota de Ouro, de Clint Eastwood e Garotos não choram de Kimberley Pierce, domina a cena onde aparece.

Destaco apenas um detalhe deste bom filme na interpretação de Hillary: ela chega à frente de advogados para reverter o depoimento de uma testemunha que tinha sido decisiva na condenação do seu irmão. Seu olhar toma conta do drama. É uma determinação misturada à personalidade que no momento encarna a Justiça pronta para dobrar a lei. Tudo nela converge para uma performance perfeita, do choro ao riso, do desespero à resignação, com uma perseverança vencedora a longo prazo e que nos arrebata pela vocação e o exercício compulsivo do ofício.

Sam Rockweel está um pouco parecido com Gary Oldman jovem, não apenas na aparência, mas na postura, aquela indiferença em contraponto ao charme, a brutalidade antecedida pela fala minimalista. Ele interpreta o irmão da advogada que o tira de uma condenação por assassinato graças ao teste de DNA.

Outro destaque é Juliette Lewis, totalmente detonada fazendo o papel da mulher que traiu o amante e vinte anos depois se arrepende. Juliette contracenando com Hyllary é um momento antológico do cinema contemporâneo.

Minnie Driver interpretando a simpática amiga e colega da advogada e Melissa Leo no papel da policial vilã completam o quadro de intérpretes deste boom lançamento do Netflix.


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