12 de abril de 2016

BERÇO DO SOL



Nei Duclós

Ninguém enxerga, só imaginamos
O mundo é o insumo dos projetos
Casca de arroz, moldura secreta
Risco de giz em planície de neve.

Nunca nos vimos no desencontro
corpos virtuais, olhos amorfos
nada sabemos, por isso lembramos
Venha esquecer o futuro disperso

Poema cerrado em portal abjeto
Pasto sem gado, beijo sem prenda
Não adivinhe o que nasceu cifrado
saiba de ouvido o sonoro remendo

Um dia descubro o que disse por nada
em tardes inúteis e luas na praia
serei um pássaro em tempo precoce
no berço do sol e no abraço distante



2 comentários:

  1. Feliz daquele que, de dentro de sua ostra, consegue viver em paz e alcança a plenitude.
    Belo poema

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