Nei Duclós
Te esperei sentado, para a estrada
descansar dos meus sapatos.
Demoraste até a cadeira virar pedra.
Algumas pombas te anunciaram.
E pousaste, confusão de rendas.
Te toquei à noite quando o olhar é pardo
felina ao luar de súbito espasmo
estavas ilesa com o rosto amargo
que a doçura do teu beijo compensava
para contrariar a agenda tempestuosa
Carga de rosas no vime que sustenta
uma rede na varanda e pernas de louça
estava exausto quando enfim trouxeste
a bandeja de nozes, sonho e uvas passas
Comemoramos no chão entre gravetos
O crepitar da fogueira era aqui dentro
teus ruídos provocavam os pássaros
e as promessas se foram com as nuvens
éramos sós, frutos de uma espera
uma harpa tocava bem além do monte
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Lawrence Alma-Tadema.
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