1 de janeiro de 2012

DESENCONTRO


Nei Duclós

O tempo não tem dono e vaga à toa
por relógio partido em meridianos
pêndulo de cisne no balé dos sinos
data festiva em taças de champagne

Eterno desencontro, pura desmedida
quando insistimos em perder a pista
não contamos instantes sem abrigo
sabemos que o peito dói e nos vicia

Antiga esperança do acaso não resiste
de te ver como um relâmpago na tarde
de uma Paris distante ou Alexandria

É apenas fantasia pois sei que a vida
se sucede sem nenhuma novidade
A não ser que enfim aportes, ventania


RETORNO - Imagem desta edição: Vanessa Redgrave. Observação: adotei um novo título para este poema pois o anterior, Ventania, já existia em outro soneto.

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