Nei Duclós
Ruga na parede, borrão de espátula
cinzel em massa feita de resquícios
todo momento é o lixo das certezas
corte transversal na âncora da fala
Briga na tocaia, deriva de barco
Não resguardo teu entendimento
não sei compor a escultura perfeita
enigma que teces com fio farpado
O mundo é apenas a sonoridade
que o tempo bate em corpo de seda
palavra que descobre novas terras
casulo em generosa brisa de véspera
Falta sentido no dorso da encomenda
que entregam na rua de outro bairro
em vez de partir, adoto o recomeço
retenho o ciclo de uma espiral completa
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