Nei Duclós
A verdadeira solidão é a do morto
enfim absorto em si mesmo, corpo
sem movimento, olhar obscuro
opaco ser na barca de Caronte
Bichos estudam o rumo do banquete
percorrem da pele ao veio oculto
enquanto o homem exala o sopro
que lhe escapa a toda para sempre
Burocráticos necrológicos inventam
uma biografia aquém da grandeza
dorme a nação erma de seu gênio
Espíritos convergem para recebê-lo
cantam a obra prima, a rara precisão
Ao norte, órfã, grita de dor a Amazônia