9 de janeiro de 2010

MEU DECRETO SOBRE DIREITOS HUMANOS


Fedeu a discussão sobre o decreto dos direitos humanos. Neolacerdistas chiaram contra a “comunização” do Brasil (achei que nunca mais ia escutar esse troço) e dentro do próprio governo os Ministros da Justiça e da Agricultura se insurgiram contra os abusos da nova lei, que, segundo as denuncias, estaria criando um poder acima da Justiça, revogando a Lei da Anistia e ainda por cima permitindo que as invasões de terras tenham mais amparo legal.

Acho tudo isso muito confuso. Como o debate foi adiado para abril, já que as Forças Armadas também não engoliram a enxurrada legisferante, decidi meter minha colher torta no assunto. Contribuo com uma série de medidas para resolver os impasses e criar soluções que garantam a modernidade do Brasil nessa área tão problemática. Vamos às minhas sugestões

MÍDIAS SOCIAIS – Orkut e Twitter terão poder de emitir leis, até manifestações ao contrário. Se, por exemplo, eu criar uma comunidade “O catchorrinho não é autor daquele poema que eu fiz”, isso valerá até que algum poeta emergente se assine Catchorrinho. Se eu tuitar que posso ter acesso a Avatar sem ter que esperar a chegada dos rolos de filmes por aqui nem ser obrigado a comprar o cd pirata do xiru da esquina, imediatamente terei o poder de ver o filme de James Cameron sem que ninguém me encha o saco. Isso poderá criar confusão, pois sempre terá um engraçadinho que vai dizer que a coisa não é bem por aí. Mas como são todos preguiçosos, vencerá quem tiver mais fôlego e tiver a manha de ficar online nas mídias sociais conhecidas e ainda se inscrever no Netlog, no Quepasa e outras arapucas por aí.

MINISTÉRIO DAS INVESTIGAÇÕES – Um ministério apenas para verificar se as pessoas estão realmente mortas deve ficar a cargo de Frank Brown, o Detetive Taxidermista, que Renzo Mora revelou ao mundo. Ninguém poderá ser enterrado sem que o próprio Brown ou alguém da sua equipe dê seu nihil obstat. Enterros levarão meses, mas ninguém será colocado vivo a dez palmos de fundura. Isso evitará assombrações e remorsos. É ou não direito humano? O problema é que Brown não fala português. Mas ao seu redor uma plêiade de transleitors Google, os anões atropeladores da neo-modernidade, darão conta do recado. O único problema é ter que subornar um anão para enterrar logo o chato do cunhado.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS - Como a única reforma agrária do Brasil, a das Capitanias Hereditárias (conforme definição de Millor Fernandes) deu bons resultados, a idéia é repetir o feito e dividir novamente o país em grandes latifúndios, que funcionariam de maneira autônoma, acima das divisões estaduais. Cada Capitania estaria a cargo de uma grande personalidade. Pena que Clodovil não está mais entre nós, pois ele poderia pegar a Capitania de São Vicente e pontificar acima do prefeito de Ubatuba; ou Erasmo Dias, que ao pegar Piratininga poderia invadir a PUC todos os dias. Mas temos ainda Cauby Peixoto, que pegaria a Amazônia, já que seu vozeirão cruza a mata; o Guri de Uruguaiana pegaria o Nordeste, para ensinar como a coisa funciona por lá.

Isso posto, revogam-se as indisposições em contrário. No pé do decreto, a pena de morte: chibatadas até o desenlace para todos os que não acharem isso tudo muito engraçado. Como dizem os patetas da internet: rs rs rs. Se alguém bocejar, ponho a culpa no alto verão, que derrete até o dedão do pé.

RETORNO - Imagem desta edição: Lacerda (toc toc toc), novamente no centro das atenções, com a volta do medão que gerou 64, o da "comunização" do Brasil.

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