Vou comprar um teclado, exijo fabricação brasileira e o balconista, exultante, me mostra um exemplar raro da indústria nacional. Era o que estava escrito num adesivo na embalagem. Abrimos o pacote e vejo, na base do produto, o fatal made in China. Brasileiro quer dizer chinês, entende?
Tem o mesmo efeito do terremoto. Você sente que uma vibração poderosa está passando por você. Provoca tonturas, sensação de labirintite. Você jura que está passando mal, que a culpa é sua, é algo interno. Mas aí você vê os objetos tremerem, as janelas, as panelas, as louças, as portas, as paredes e teto o passando pela mesma coisa. A China tomou conta de tudo. Fabrica desde brinquedinho de plástico até computador. O Brasil acabou.
Isso não impede que admiremos o cinema chinês. Vio ontem “Assembélia", o primeiro filme de Guerra de Feng Xiaogang. Metade é um blockbuster, com pedaços de soldados voando na tela. Mas a segunda metade é impressionante. Veterano vai em busca dos vestígios do seu batalhão, dado como inexistente, já que foi totalmente destruído. Único sobrevivente, ele tenta escavar uma montanha de carvão para resgatar os corpos e provar que não estava mentindo quando foi capturado pelas forças do seu exército.
Há uma cena antológica, que mostra a determinação dos chineses. Não é por nada que eles dominam tudo hoje. O veterano acha o túmulo do capitão que o usou como bucha de canhão, sacrificando seus camaradas para beneficiar sua fuga. O túmulo é guardado pelo corneteiro, que é também o guarda-costas do defunto. Ao saber que foi traído, o veterano tenta agredir o memorial, mas é impedido pelo outro que em vida sempre protegeu seu comandante. Ele está morto, mas eu continuo aqui, de guarda. Nem tente se vingar, diz.
Logo em seguida, há uma cena tocante de perdão. O ex-soldado, inutilizado por uma mina, ajoelha-se diante do seu traidor e o perdoa. Na mesma cena, o ódio e o perdão, tudo em função de um projeto nacional. Lutaram pela China, deram a vida pela nação. São fiéis e unidos até depois de mortos.
Vai meter com um povo desses. Tentem tomar-lhes o Tibete. Ou fazê-los desistir de Taiwan. Ou abdicar da posição hegemônica que ocupam hoje, graça à omissão das outras nações, como a nossa, e à mão-de-obra que dizem ser escrava, mas é apenas chinesa, ou seja, totalmente integrada nesse projeto nacional. Nunca vão desistir. De cada cinco habitantes do mundo, um é chinês.
Isso não significa que eles ficarão assim para sempre. Em algum momento, a soberania dos países vai dar um chega para lá. Restarão montanhas de quinquilharias industriais jogadas fora e alguns filmes muito bons, como Assembléia.
Tem o mesmo efeito do terremoto. Você sente que uma vibração poderosa está passando por você. Provoca tonturas, sensação de labirintite. Você jura que está passando mal, que a culpa é sua, é algo interno. Mas aí você vê os objetos tremerem, as janelas, as panelas, as louças, as portas, as paredes e teto o passando pela mesma coisa. A China tomou conta de tudo. Fabrica desde brinquedinho de plástico até computador. O Brasil acabou.
Isso não impede que admiremos o cinema chinês. Vio ontem “Assembélia", o primeiro filme de Guerra de Feng Xiaogang. Metade é um blockbuster, com pedaços de soldados voando na tela. Mas a segunda metade é impressionante. Veterano vai em busca dos vestígios do seu batalhão, dado como inexistente, já que foi totalmente destruído. Único sobrevivente, ele tenta escavar uma montanha de carvão para resgatar os corpos e provar que não estava mentindo quando foi capturado pelas forças do seu exército.
Há uma cena antológica, que mostra a determinação dos chineses. Não é por nada que eles dominam tudo hoje. O veterano acha o túmulo do capitão que o usou como bucha de canhão, sacrificando seus camaradas para beneficiar sua fuga. O túmulo é guardado pelo corneteiro, que é também o guarda-costas do defunto. Ao saber que foi traído, o veterano tenta agredir o memorial, mas é impedido pelo outro que em vida sempre protegeu seu comandante. Ele está morto, mas eu continuo aqui, de guarda. Nem tente se vingar, diz.
Logo em seguida, há uma cena tocante de perdão. O ex-soldado, inutilizado por uma mina, ajoelha-se diante do seu traidor e o perdoa. Na mesma cena, o ódio e o perdão, tudo em função de um projeto nacional. Lutaram pela China, deram a vida pela nação. São fiéis e unidos até depois de mortos.
Vai meter com um povo desses. Tentem tomar-lhes o Tibete. Ou fazê-los desistir de Taiwan. Ou abdicar da posição hegemônica que ocupam hoje, graça à omissão das outras nações, como a nossa, e à mão-de-obra que dizem ser escrava, mas é apenas chinesa, ou seja, totalmente integrada nesse projeto nacional. Nunca vão desistir. De cada cinco habitantes do mundo, um é chinês.
Isso não significa que eles ficarão assim para sempre. Em algum momento, a soberania dos países vai dar um chega para lá. Restarão montanhas de quinquilharias industriais jogadas fora e alguns filmes muito bons, como Assembléia.
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