6 de julho de 2005

OS IANQUES CHEGARAM FINALMENTE

O enclave militar americano na zona estratégica de Itaipu é o resultado do golpe de 1964, do alinhamento com o Império desde a guerra fria, do seqüestro da soberania financeira e da sucessão de governichos da ditadura civil. Por coincidência, eles chegam exatamente no momento em que o governo atual exibe as vísceras da sua fragilidade, e com elas, as feridas abertas da nação que o elegeu.

A PULVERIZAÇÃO DO IMPÉRIO ESPANHOL é resultado das suas derrotas na guerra e na diplomacia. Na guerra é notório o fracasso diante dos americanos em Cuba, no final do século 19, quando os gringos se arvoraram então em donos da ilha, coisa que só acabou em 1960, dois anos depois da revolução cubana, quando Fidel Castro declarou-se alinhado a Moscou. Mais perto de nós, há a perda dos territórios do sul do continente para os portugueses, que resultou na ampliação territorial do Brasil, país que se estendeu até o rio Uruguai. O Brasil quase levou de quebra o Uruguai, não fosse a derrota da Colônia do Sacramento, no século 17, e da guerra de D. Pedro I pela província Cisplatina, na segunda década do século 19. Até hoje tem reflexos perversos a grande derrota do Paraguai na guerra que resultou no genocídio praticado pelo conde D´Eu depois que a luta já estava decidida no campo de batalha graças ao Exército comandado por Duque de Caxias, à Marinha Brasileira de Osório e Tamandaré, e aos voluntários da pátria. Estamos pagando caro pela destruição do Paraguai. Este virou um não-país, uma contrafação industrial, entreposto de contrabandos e produtos piratas. Itaipu, obra da engenharia nacional, precisa pagar pedágio para os paraguaios, que são co-proprietários por serem donos da margem direita do Paranazão. Nessa zona de falta de soberania, instala-se agora o exército americano, graças à conivência do Brasil, que atualmente trabalha como pau mandado no Haiti.

O GRANDE TERROR NA ÉPOCA DO Brasil Soberano era a invasão americana, que quase aconteceu em 1964, com a operação Brother Sam, que estava pronta para ser desencadeada caso houvesse resistência ao golpe de estado (e foi por isso que João Goulart, o vice- presidente eleito pelo voto direto e confirmado presidente em plebiscito popular decidiu encerrar o mandato para evitar sangue). A direita queria matar e estava preparada. Lembro que em 1964 minha sala de aula recebeu a visita de um filho de alto oficial da Marinha, que veio ver de perto os comunistas do Colégio Santana, que na época estava querendo ganhar as eleições do grêmio estudantil. O sujeito chegou para mim e disse: Vi que és um dos primeiros da classe, um rapaz inteligente, mas que fica escutando esses comunistas. É melhor você se comportar. Assim foi 1964, o crime hediondo, que preparou o terreno para a atual invasão americana de Bush.

ELES PODEM FAZER ISSO, pois tivemos uma sucessão de governichos. A começar pelo de José Sarney, o eterno demiurgo da ditadura civil, que atualmente é fiador de um presidente enfraquecido por uma equipe de trapalhões e, ao que tudo indica, corruptos. Sarney fez o primeiro serviço: destruiu a moeda com seus planos cruzados no queixo da nação, fez-se patrono da Constituição Frankestein, a que foi escrita pelos grotões e os corporativismos, e entregou o poder para um sucessor à altura, Fernando Collor, criado na estufa do autoritarismo e inventado pela manipulação do marketing político e do noticiário comprado na televisão. Collor fez o segundo serviço: acabou com a credibilidade da democracia que tentava se implantar na primeira eleição direta para presidente em décadas, seqüestrando a conta corrente e a poupança de toda a população, no maior golpe da História mundial. FHC fez o terceiro serviço: vendeu o patrimônio nacional a preço de banana, subsidiando os piratas estrangeiros com recursos do Tesouro Nacional. Lula completa a obra: destrói as aspirações populares por mudança, entrega o território ao permitir a exploração do subsolo por empresas estrangeiras e ainda cria um enclave na fronteira sob os auspícios do politicamente correto e o álibi da proteção aos indígenas.

OS GRINGOS SE INSTALAM na América do Sul para fazer o que mais sabem: matar. Inventaram que a Tríplice Fronteira tem terrorista pois está cheio de árabes e aí se sentiram à vontade para vir colocar seus pares de bolas em território sagrado, regado pelo sangue dos ancestrais deste continente, que agora assiste boquiaberto a consolidação de velhos terrores. Nem na época mais negra das mais tremendas ditaduras tivemos uma situação destas. Precisou que fosse desmascarada a verdadeira natureza da ditadura que nos governa. Ela sempre foi civil e usou por um tempo as Forças Armadas para erradicar a oposição e inventar esses revolucionários da araque que hoje comparecem com suas caras lavadas diante das denúncias. Não existe oposição porque não há mais Brasil Soberano. Agora os inimigos armados chegaram. Onde estão os machões que por décadas judiaram das gerações imberbes e desarmadas?

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