Não contente em mexer com as Forças Armadas via gerenciamento catastrófico, o governo Lula brinca de soldado e envia tropas para uma zona conflagrada, com um agravo: o abraço com as tropas argentinas que, nas entrelinhas, já contestaram a liderança brasileira no evento.
FIASCO - Foi num seminário com historiadores militares que descobri o óbvio: a de que o Exército brasileiro estuda a guerra do Paraguai como modelo de guerra e dela tirou a principal lição, a de que deve contar sempre com as próprias forças antes de apostar nos seus aliados. Pois Lula arvora-se a ser lider da ONU no Haiti, mas a Argentina já avisou que a liderança "é do Mercosul". Ou seja: num lugar onde existe guerra, onde nossos soldados não irão a passeio, que está prestes a se tornar um novo Oriente Médio, como prometeu Bush ao dizer que vai intervir para evitar que Raul Castro assuma a presidência no lugar de Fidel quando este morrer, nesse lugar de luta e disputa de hegemonias, o ditador civil Lula vai enviar tropas, mexendo assim com as forças armadas brasileiras, que cumpriram a palavra e se retiraram da vida política depois de descobrir que estavam pagando sozinhas pelos erros do regime, enquanto os sarneys e acms da vida viviam à tripa forra, cheios de poder e prestígio (especialmente na mídia). O envio de soldados ao Rio já mostrou-se um fiasco de falta de entendimento. Brinca com fogo, brinca, presidente. Fique na sua e vá reformar estradas, construir escolas, colocar os corruptos na cadeia e renegociar a dívida. Deixe os bravos soldados brasileiros dentro das suas atividades constitucionais, e dê-lhes todo o apoio para isso, em recursos principalmente. Nossos soldados são homens de palavra.
BINGO - Não, não é o jogo, é a cravada que a resenhista Andrea Caitano deu na revista Vip, ao comentar que Universo Baldio é sobre a luta de um escritor para escrever seu livro - e outro não é o sentido da busca da primeira palavra que inaugura a segunda parte deste meu romance (e também da despedida de um dos personagens da primeira parte, numa cena que emocionou Gim Tones). Outra sacada é que a aparição de Honório de Lemos seria o efeito tardio das viagens de ácido na juventude. Fantástico, sabe tudo a repórter brilhante da VIP, revista que foi generosa com o romancista estreante e publicou esse pequeno mas significativo texto sobre um livro que até agora foi igonrado pelos coleguinhas da grande imprensa, apesar das promessas via telefone. É o de sempre: moitam, porque adoram te enterrar vivo. É assim mesmo.
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