1 de abril de 2004

CHEGOU A HORA


Esta quinta-feira é dia. Espero todos na Fnac de Pinheiros, São Paulo, Avenida Pedroso de Moraes, 858, telefone (11) 4501 3000, a partir das 19 horas. Recebo manifestações amigas de todo lado. O romance Universo Baldio parte para o mundo. Metade dele ficou duas décadas guardada. A outra metade, é um recorde: menos de um ano na gaveta. Sinal de que a vontade consegue romper a barreira e traz à luz o que somos de verdade.

QUINDINS- Recebo carinhosa ligação de Luiz Carlos Merten, que há anos trabalha no Estadão, e é meu amigo desde os anos 60, quando compartilhávamos o convívio na antiga Caldas Junior e éramos vizinhos de balcão, na lanchonete da empresa, do poeta Mario Quintana, que fazia seu lanche vespertino sempre na mesma hora e com o mesmo cardápio: quindins, um copo de água mineral e uma xícara de café preto. Merten diz que abriu meu livro achando que era de poesia e ficou surpreso. Contei então a história do meu primeiro "romance", escrito em cadernos de espiral e que tenho até hoje guardado e que escrevi aos 17 anos. Super datado e para consumo interno. Portanto, é exercício antigo, só que pela primeira vez publico um romance completo, bem diferente daqueles garranchos antigos, que pelo menos serviram para me dar certeza da vocação. Escrevo para o poeta Soares Feitosa, o maior agitador cultural da poesia brasileira, cabra bom de Fortaleza, que no seu dinâmico Jornal de Poesia publica seu poema sem fim, Salomão. Na charla virtual, lembro o óbvio: que a poesia aspira ao romance e que os primeiros romances foram em versos. Meu poema No Mar, Veremos, é como um romance: a história de um pescador que participou de uma guerra e hoje guarda as feridas, enquanto navega nos pequenos arroios da bacia do Uruguai e que sonha um dia enfrentar a batalha definitiva, simbolizada pelo mar. Meus três livros de poesia possuem, cada um a seu modo, "capítulos", de uma história que pretende ser completa. O romance tem a vantagem de dispor o mundo com mais detalhes, cria um universo próprio e leva o leitor pela mão, ao contrário da poesia, que é essência e presta-se a inúmeras leituras. Isso também, pensando bem, ocorre com o romance: muita coisa pode ser lida a partir das suas páginas.

SUERTE! - E como Uruguaiana nunca me falha, recebo mensagem de Miguel Ramos, vereador da minha cidade e o melhor ator do país, ao lado de Othon Bastos: “Neste dia em que lanças teu primeiro romance, quero que saibas que estou presente desde que iniciastes a primeira página. Suerte! O melhor abraço do Miguel Ramos.” De minha sogra, Sueli Orsini Lobato, recebo maravilhoso telegrama: “Nei, desejo sucesso pelo lançamento do teu livro. Estou orgulhosa”. E de Márcia Placa, fantástica repórter muito feliz com seu filho Caleu, recebo estas palavras: “Te desejo tudo de bom... estou te mandando um monte de vibrações e energias positivas... que vc continue brilhando sempre!!” De Elo Ortiz, que participa com duas cartas suas no romance, meu irmão maior, recebo o seguinte: “Um orgulho de estar ao teu lado, falo para todo mundo meu irmão é romancista, e vai lançar livro em abril, dia 1. Nei, valor que o teu não há, guerreiro das coisas em que acreditas. Compartilho com muita chinfra teu sucesso.”
O que pode mais pedir um escritor, que nos últimos dias divide com a família novas leituras do livro enfim pronto? E que por meio dessas conversas, descobre coisas novas sobre o que escreveu? Apenas desejar que todos estejam comigo no lançamento e quem não puder ir, recebe o mesmo abraço.

RETORNO - 1. Na quarta capa, coloquei o comentário de Raduan Nassar sobre o romance e uma frase do Mario Quintana, pinçada do prefácio que ele fez para meu segundo livro, No meio da rua. Nassar foi de uma receptividade magnífica, quando enviei os originais para ler. E me tratou com a grandeza de grande escritor que ele é.
2. Em aboluta primeira mão: o site brasileiro do Michael Moore está no ar. Quem diz que blog não dá furo?

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