3 de junho de 2015

FOGES DE MIM



Nei Duclós

Foges de mim, arisca.
Voas do colo de surpresa.
Meus longos braços te alcançam,
mas ficam só com um bater de asas.
Moldas, ao ir embora,
o espaço perfeito para o encaixe.

Sabes que é para ti,
fingindo de amiga. Mas é o destino
que nos aproxima. Depois nos afasta,
a flor e o bentevi. Nada nos sacia
trêmula escarlate. Usarás batom
quando enfim pousares?


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