Nei Duclós
Pampa é linguagem, livro de memória.
Mora em nós com suas palavras.
Às vezes se solta, gado fora do laço.
Saímos a galope, pelo som do cavalo.
Visitantes do pago, a ele voltamos
sempre que a infância cobra.
Conhecemos esse trote,
encilhados e sem esporas.
Leio nos relatos, de quem foi da obra.
Testemunho o texto nascido na terra
sinto o mesmo cheiro, raiz de uma tarde
Acerto o silêncio como um relógio
Nasci pássaro, rio que beija a árvore.
Asas na flor, plumas feitas de espera
Viajo no tempo, trem de outra hora
Aguarde o toque, ao chegar te mostro
RETORNO - Imagem desta edição: foto de Tadeu Vilani.