Nei Duclós
Esqueci teu rosto, misturado
a poças de chuva no subúrbio
que o automóvel dispersa
e joga em cima de mosaicos
Gotas grossas mancham muros
arco-íris circular sobre lajotas
Quem passa com o trem nota
imagens geradas no escuro
São as linhas do teu choro
desenho do adeus, homônimo
ao abraço doce que demora
Só isso: o que fica na moldura
é obra de arte sem assinatura
pintada por acaso em tua rua