Nei Duclós
Palavras pesadas são difíceis de
carregar. Prefiro as que flutuam, flor do meu olhar
Reconheça que pego fundo. Lá onde
não admites. Perfume.
Do amor morto brotou algo que não
atino. Talvez algo impossível, a liberdade do destino.
Te atiras em mim, equilibrista.
Desistes do arame, atraída no abismo.
Não vou falar mais nada. Virei um
beijo.
Eu estava cheio de frases, mas aí um
passarinho cantou...
Esteja onde não estiver, obrigado
por você não existir.
Chega de amor, ela disse. Fale das
ondas que viajam no Tempo.
Te dei um beijo, mas esqueceste. Vou
repeti-lo, espoleta
Na hora em que subo, tu desces.
Quando mergulho, és superfície.
Não sou antigo, só parece. Nasci
agora, quando me viste.
Preferes ficar atenta ao que parece
ser certo. Mas o pêndulo volta carregado de versos.
Queria que soubesses o que faz a
fantasia. Rompo a cortina em tuas janelas de vidro.
Quando houver reencontro, melhor nem
falar. Esqueça os arquivos do último andar.
Nos conhecemos há tanto tempo que
podemos mudar de identidade. Muito prazer, coração selvagem.
Não quero mais pensar nisso. Só
quando sonho tenho uma recaída.
Achei que fomos bonitos. Eternidade
é a memória do amor infinito.
És bela, disse ele. Eu também te
amo, disse ela.
Te dei os melhores versos. Mas
fiquei com a fábrica.
Deixar-me é tua ilusão preferido.
Acorde.
A prosa é o amor de chão batido. A
poesia, a coincidência.
Não nos escutam porque pensamos
baixo.