18 de junho de 2011

OLHAR DE FRENTE


Nei Duclós

Não há deserto num olhar de frente
nem vento que misture a espuma
basta o cabelo emoldurando o espelho
e um rosto claro como o sol na duna

Você, horizonte, posição incerta
refém de estrela. Quando há mistério
um rosto vale a pena. Superfície
que o mergulho busca o flerte

Mar, além do ser: menor, ao teu redor
O mar, a teu dispor. Melhor assim, te ver
no avesso, sem esperança do começo

Tudo se costura num soneto, esqueço
a foto que jamais me deste. Reconheço
o aceno sem sossego. Só falta o beijo


RETORNO - Imagem desta edição: obra de Magritte.

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