Nei Duclós
Secreta flor que me devassa
Sem se mostrar, fechada gruta
Que não pergunta nem se cala
Muda borrasca obscura
Quem dera fosse explícita
Posta em chapéu na carruagem
E não esse jogo que adivinha
Nenhuma chance para o meu laço
Mas és coberta por palavras
Difíceis de dizer em testemunho
Juras de amor, vazia praça
Estátua de sal, doce ressaca
Neste jardim entro com o barro
Húmus sem dor, fronte de cal
Não vês que a pá debalde cava
Busco o tesouro, raiz e haste
Íntima flor, perfuma a graça
Por tua causa aguardo a balsa
No rio perfeito da nossa lágrima
Nei Duclós
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