Nei Duclós
Não interrompa meus pensamentos
Disse a nuvem para o vento
Estou escrevendo, seu nojento
Vou chover no balanço que fazes no arvoredo
Vou aparecer no céu encoberto
Espairecer enquanto sopras a esmo
Sem ninguém saber a origem dos teus movimentos
Eu reflito, mesmo passageira
Digo coisas no crepúsculo
Enquanto tu varre a terra incomodando o tempo
Ninguém te vê, duende
Enquanto eu sou pintura e espanto
Tenho um corpo, mesmo evanescente quando chegam perto
Não gosto se me dispersas
Prefiro se me concentro
Tenho presença, e nada serias se não fosse eu a servir de palco
Para o vendaval da tua tormenta
Nei Duclós
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