16 de fevereiro de 2024

O CORPO

 Nei Duclós 


O corpo procura seu próprio caminho

O espaço de cura entre a flor e o espinho

A rima mais pura da sua poesia


O corpo reage no oculto cassino

Que rege a conduta de um jogo já visto

As fichas vendidas na sorte sem rumo

Talvez seja morte, talvez seja vida


E por milagre ele então ressuscita

Da coma na idade, sem assinatura

Aposta alegria quando tudo está sujo

Ou cede à medida que o tempo permite


O corpo é a palavra que dorme no fundo

E deixa que as falas façam tumulto 

Um dia ela acorda no seu paraíso

E diz para Deus: sou tua profecia


Nei Duclós

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