Não quero, pastora, ser teu vassalo
Amarrado ao amor pela cintura
Cerzir versos no inverno da planura
Nosso campo com clima de deserto
Prefiro rasgar o chão e sonhar trigo
A ficar embevecido na beldade
Para tanto renunciei à minha cidade
Pois de festas e salões estava farto
Leio Camões em exigua biblioteca
Para ferir canções no pinho antigo
Isso depois de semear e fazer fogo
Para teu rosto iluminar parede e teto
Quanto mais perco mais pesado fico
Deveria ser o contrário disso
Estaria leve por sofrer martírios
Mas sou um xucro cavaleiro de aventura
Fui poeta agora sou mendigo
Vivo das plantas que à força medram
E para não me limitar ao esses redutos
Amo-te sem razão porque sou loucura
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