11 de junho de 2018

ACENO DO CAIS

Nei Duclós


Demos um tempo na nossa amizade
Isso contará em futuro acervo?
Era amor, mas não fizeste alarde
E assim ficamos, entre poema e arte

Hoje distantes cevamos o silêncio
Receita de total falta de sorte
Éramos próximos, mas o coração covarde
Definiu a fronteira, bíblica muralha

Não aceno porque desce a neblina
E daqui do cais o lenço só me serve
Para enxugar a oculta e renitente lágrima
Ninguém pode ver o que a verdade sente

Pode estragar a possibilidade
De superar a abrupta ruptura
Como viver sem que tua doçura
Grude em meu corpo, pintura de uma tarde?



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