7 de maio de 2016

REFREGA



Nei Duclós

Não tem importância. A vida
é uma extensão do barro
Depois de alguns anos
o plano da memória se borra

A lembrança é um leve roçar
de velas. Tudo se esgarça
no rodízio tardio da refrega
A escuridão é uma criança

Sobreviver é a defasagem
entre a gruta e a oficina
Da origem tiramos o sustento
do trabalho a dura fantasia

Ficar para semente adianta?
Virar testemunha do presente
carregando o fardo aleatório
rumo do caos na carta branca

Pago o tributo da confiança
depositada em mim pelo Tempo
conto o que não vejo, saio
toda vez que a dor convence


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