14 de dezembro de 2024

GALOPE

 Nei Duclós 


Vivi tanto e foi tão pouco

Chegar ao fim me apavora

Ouço o som de uma carroça 

Perdida no tempo, que ainda roda


Ela para em frente, na calçada 

Sou refém desse momento, fim de uma era

Em que estive presente, fazendo número

 

Sou o infante prometido ao trono

Que acaba no exilio, jogado fora


Pelo susto de perder o que tenho agora 

Que não é nada, mas me basta

Tremo sem pensar, esporas de um cavalo

Galopo num pampa ainda aberto


Um anjo me avisa, e chora 


Nei Duclós

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