Nei Duclós
Vivi tanto e foi tão pouco
Chegar ao fim me apavora
Ouço o som de uma carroça
Perdida no tempo, que ainda roda
Ela para em frente, na calçada
Sou refém desse momento, fim de uma era
Em que estive presente, fazendo número
Sou o infante prometido ao trono
Que acaba no exilio, jogado fora
Pelo susto de perder o que tenho agora
Que não é nada, mas me basta
Tremo sem pensar, esporas de um cavalo
Galopo num pampa ainda aberto
Um anjo me avisa, e chora
Nei Duclós
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