Nei Duclós
Não posso ir a lugar nenhum
O mundo não tem o que eu preciso
Que só acho aqui onde me visto
Com as roupas antigas sem registro
Além do alumínio e a porcelana
Os tijolos nos canteiros do jardim
Nos atos da criação que me pertence
Sou refém do que uso nos limites
Arbustos, roseira e grama ruim
Casa de alvenaria que comprei
Quando tive recursos para tanto
Numa rua escondida e sem encanto
Jogadores de bola no portão
Fecho todo dia este porão
E reabro quando chega a primavera
Um só verso faço por segundo
Teimosia do ogro veterano
Já fui moço como a poesia
Hoje caço a mesma fantasia
Venha ver o esforço de um ofício
Esta obra com a letra de um convite
Nei Duclós
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