Nei Duclós
Com 17 anos meu pai Elo mudou sua idade para 18 e assim conseguiu seguir os passos do irmão mais velho, Valdemar, e entrar para a Brigada Militar gaúcha. Órfão do pai José Ortiz Duclós desde os 9 anos, quando saiu da escola para vender pastel na rua, a farda era a salvação: soldo, rancho, uniforme e armas. Só tinha um problema: a guerra.
E assim com 18 anos incompletos, o moço nascido a 14 de julho de 1913, partiu com as tropas da Brigada para lutar na revolução de 1930. Houve luta, não foi um passeio. Ele conta:
- Todos gritavam te abaixa! para o soldado que atirava em pé. Mas ele não obedeceu e levou um tiro na testa.
- A noite inteira sufocaram o soldado engasgado com um osso de galinha. Não podia tossir senão revelava nossa posição.
Grande Elo Ortiz Duclós. Fez a guerra moço e uma família grande até partir para a eternidade. Tinha um ano a mais por merecimento. Era gato, como dizem no futebol dos craques precoces com gana de maioridade.
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