24 de julho de 2016

QUALQUER COISA



Nei Duclós

Qualquer coisa
vira poema
Nenhum assombro
na alma pequena
como se o mundo
fosse um bocejo

Cenas comuns
na sala de espera
a vida vista
a cavaleiro
nenhuma conquista
no eterno presente

O pior é achar que foi
assim sempre
dessa maneira
e o que foi dito
é apenas ferrugem
de uma outra era

Nenhuma coisa
é o próprio poema
a palavra nasce
do que o tempo
condena. flor
de longo universo


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