5 de março de 2025

ACHO POUCO

 Nei Duclós 


Acho pouco a devassa que faço 

Com a palavra que rasga, a impiedade 

Tida como literatura 

E é só vizinhança do romper da aurora


Acho pouco e jogo fora

Tudo o que sei e ignoro

Fico preso à dor de ser teu protetor e algoz

Ao meu grude sedento de flor

Que por culpa sua e arte maior 

Esse amor evapora e se refaz em nuvem de verão 

Chuva que não vem mas te molha


Nei Duclós