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Nei Duclós
Arte é plataforma, patamar, mirante
meta de um ofício, harém de sínteses
onde chega o mestre, séquito de sabinas
festa de aprendiz em carrossel de ritos
Palavras sem sentido adquirem vida
situações sem brilho na Lua refocilam
de lá se avista o corpo transcendido
sem a corrosão acumulada em lixo
Meta impossível, esse perfil de esquinas
que define o rosto de algo além da vida
longe da flor que medra sem currículo
Acabo sucumbindo às tentações de estilo
que é teu corpo nobre, estátua de delícias
capricho no cinzel, e desmaias sem ruído
RETORNO – Imagem desta edição: Alessandra Ambrosio
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