27 de janeiro de 2012

QUASE NADA


Nei Duclós

Continuo sem saber quase nada de ti.
Falta muito. Qual teu cheiro?
Quando suspira, saem borboletas do cabelo?
Gosta que beijem os dedos? Adora sorvete?

Aperta os olhinhos quando fica brava?
Põe a mão na cintura quando olha assim
meio de lado e gosta?
Quando dizem eu te amo fica vermelha?

Caminha olhando para frente? Sonha planícies desertas?
Monta em cavalo branco?
Aceita flor de tarde, às três e quarenta?
Deixa que lhe toquem de leve?

Falta muito. Sente falta quando não escrevo?
É indiferente se digo besteira?
Me esquece quando medita no bosque?
Vê o mar e se lembra?

Falta tudo. Tua presença.
E o coração ofertado
num bolso de seda.
Pega, é teu, açucena.


RETORNO – Imagem desta edição: Christina Hendricks.

Nenhum comentário:

Postar um comentário