22 de setembro de 2010

OSSOS E REPERCUSSÕES DO OFÍCIO


Nei Duclós

Escrever, como tudo o que dá trabalho, gratifica. Não rende, financeiramente, o que deveria, pelo menos quando você não é convocado com freqüência pelas corporações que dispõem de caixa. Mas, desde que você se dedique diariamente ao ofício, com o passar dos anos os ossos do métier se desdobram em repercussões importantes. E oferecem uma diversidade além da conta.

Hoje, o que escrevo não está apenas em seis livros publicados, e mais um em fase de produção (o segundo da saga Diogo e Diana, escrito junto com Tabajara Ruas, a sair pela Record no primeiro semestre de 2011), ou em outros cinco inéditos à espera de editora (poesia, conto, crônica, ensaios literários e ensaios sobre cinema) ou em vias de aprovação. Mas também em variadas colaborações em revistas, jornais, roteiros, livros coletivos prontos ou sendo feitos.

Há ainda as apresentações de vários autores, alguns fundamentais, como Rilke ou Borges, e de outros para jovens escritores, que escrevo sempre que me pedem. É um trabalho intenso, que está sendo citado em trabalhos acadêmicos nas Ciências Humanas, da Psicologia à História e na Literatura, no marketing e no jornalismo. Sem falar na reprodução de poemas, artigos, frases em sites e blogs. Saiu melhor do que a encomenda.

Poemas meus saíram traduzidos em publicações estrangeiras, como a Rattapallax, de Nova York e a Sagarana, da Itália. Vários blogs portugueses reproduzem poemas meus, especialmente os do livro No Mar, Veremos. Sonho em publicar uma antologia poética em francês e o meu livro sobre cinema nos Estados Unidos, para onde enviei a proposta, por sugestão de amigo meu, entusiasmado com os textos que posto aqui sobre a Sétima Arte, de Illinois e que conheci por meio do Twitter, onde tenho mais de 1.100 seguidores.

Desde que saí as catacumbas no ano 2000, com meu site, e com novos livros impressos a partir de 2001, e com este blog desde 2002, acumulei trabalho feito, para ser publicado em livro, por mais de uma vida. Talvez o excesso de oferta assuste os editores, ou talvez minha sina é esperar muito tempo até ter alguma proposta concreta. Confesso que ofereço pouco o que tenho pelos canais normais. É porque fiquei escaldado com as raras investidas tratadas ou com indiferença ou com uma boa e velha bola quadrada.

Como não gosto de me escalar e sou meio supersticioso (acho que se não pinta legal, melhor nem mexer) fico assim meio de lado em quase tudo, especialmente em antologias ("mas eu nunca ouvi falar do senhor!" me disse um jovem e notório antologista de poesia brasileira quando falei que tenho livros apresentados pela nata da literatura, como Mario Quintana, Mario Chamie e Raduan Nassar).

Minha intenção, no início deste post, era elencar a quantidade de lugares e trabalhos onde me citam, mas vou deixar para lá. Isso pode ser visto por meio do Google, especialmente na seção de livros ou blogs. Ou ainda colocando meu nome seguido de PDF. Vem um monte de coisa, para quem quiser se informar sobre isso, além do autor. O que mais gosto é quando “descobrem” um bom poema que postei aqui e estava meio esquecido. A citação reaviva o amor pelo poema e desencadeia novos sonhos.

De esperança vivemos, com esperança seguimos e pela esperança lutamos.

RETORNO - Imagem acima: minha participação no Portopoesia II. Neste ano, vou estar presente em mais uma edição do evento, numa roda virtual, via Voip, junto com o poeta Nicolas Behr, de Brasília, no dia 13 de outubro, das 18 às 19 horas, conforme programação enviada ontem pelo Marco Celso Viola.

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