9 de maio de 2020

TELÉGRAFO


Nei Duclós

Procuro a palavra que te ache
Entre escombros e ruínas do mundo
Única jóia no monturo da cidade
O corpo que aliso em minha busca

Estás escondida íntima beldade
Recitas o mantra no teu telégrafo
Farejo sem fio o núcleo do drama
Teu gosto de ser apesar da penumbra

Ouço o silvo de ave ferida
Teus grandes olhos me localizam
Envio um sinal e já me respondes
Amor é o canal deste salvamento


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