4 de setembro de 2013

PONTO IMÓVEL



Nei Duclós

Vou usar chapéu no outro mundo
para cumprimentar os anjos
ruas do interior no paraíso
crianças descascam laranjas

Um parque de diversões abandonado
onde almas de pássaros habitam
Um casal namora para sempre
no ponto imóvel da roda gigante

Meu casaco gris que nunca acaba
de lã legítima de um Uruguai mítico
me defenderá do frio que vem de cima

Lá do olhar submerso dos granizos
que povoa o céu de quem é justo
desce junto com o sopro dos espíritos