3 de setembro de 2013

A FLOR E O BRONZE


Nei Duclós

Lamento que te foste, estação de ouro
Sei que voltarás, mas não serei o mesmo
Quisera também deixar-te e ficar inteiro
para o reencontro entre a flor e o bronze

Moro no limbo, onde o amor é estorvo
terra de um adeus que fez seu caminho
espero o que deixa a terra mais humana
teu dom de transformar a água em vinho

Pássaros abandonaste em tua despedida
cofre sem segredo desperdiçado em sótão
inútil chave é o que restou do assombro

Mas sem querer as curvas da fuga pálida
decidem a parada enquanto alças voo
a delicadeza cede ao seduzir a estátua