6 de setembro de 2013

SOU MINHA PALAVRA

Nei Duclós

Sou minha palavra
Estou em cada verso
Falo pelo avesso
Conjugo o verbo claro

Não tenho começo
vim de outra era
parto quando é tempo
volto se demoro

Escrevo por liberto
leio por ter Mestre
esqueço tudo agora
lembro para sempre

Dou o que me falta
guardo o que me sobra
a luz que vem do alto
pousa quando é hora

Traço no poema
corte de milagres
se pintar eu corro
se gritar eu solto

Rosto de infinito
mãos que não afloram
olhos de uma gruta
se quiser te mostro

Se ficar derramo
se fugir transbordo
se fluir vou junto
se travar agarro