14 de janeiro de 2013

A VERSÃO MAIS ESCURA

Nei Duclós

Vi A Hora Mais Escura (
Zero Dark Thirty, 2012)  da Kathryn Bigelow, a versão de uma agente da CIA, sobre a caça ao Bin Laden. Ela descobre o contato com o alvo, ela bate pé pela operação, ela convence seus superiores, ela acompanha todos os lances, ela identifica o cadáver.

A ruiva Jessica Chastain (foto), tremenda atriz, empresta credibilidade a essa asquerosa história da CIA, facção criminosa com longa folha de serviços facinorosos prestados ao império. Uma mulher na contra corrente masculina, conivente com a tortura e determinada no seu foco pessoal sobre a perseguição, que se revela eficiente.

Americano não deixa ponta solta. Bate pé que o guerrilheiro ex-sócio dos Bush foi o cara que, doente e perdido no ermo do deserto, bolou o complexo atentado tecnológico às torres gêmeas. Quem começa mentindo não pode parar. Mas Bigelow, cineasta competente, mostra todas as vísceras da campanha, inclusive a invasão covarde a um bunker cheio de mulheres e crianças.

Tudo se justifica. Foram 3 mil mortos em 2001, então eles se sentem no direito de fazer o que implantaram no Brasil a partir de 1964, a tortura, a censura e a ditadura. Mas os prédios caíram como se obedecessem a uma imposão pré-determinada, como mostraram inúmeros documentários. Então, qualquer versão que não investigue a fundo a responsabilidade americana, cai por terra.

Quem falar em teoria da conspiração, consulte os especialistas. As vítimas, pelos celulares, falaram em várias explosões em todos os andares. E um dos prédios, ao lado das torres, caiu inteiro sem que nenhum avião tocasse nele. Está tudo no you tube. E no
documentário Fahrenheit 911, do Michael Moore.