11 de novembro de 2022

DEUSA

 Nei Duclós 


O mundo dá voltas porque a terra é fixa

É como alfinete na blusa do infinito

Gruda metades estranhas e  díspares 

Esconde esferas de louça mais lisa

E dança ao som das tontas estrelas


O mundo sabe que é sempre o mesmo

Seja egípcio ou qualquer outro reino

Ou mesmo o encontro casual no metrô 

Quando te vejo com saia plissê 

E salto alto que te dei de presente


É quando meu plano se mostra perfeito

Teus seios ocultos em soutien transparente

Desejo que ainda se mantém coeso

Foi aqui neste trem a primeira vez

Quando te vi e me apaixonei


Soube então que o dia se repete

Desde que o amor se manifeste

Ordenando o caos num pobre sistema

Onde me perco, sol que nasce torto

E tu, magnífica, meu quarto crescente


Poema que começa com a ciência 

E se debate diante da deusa 


Nei Duclós

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