21 de novembro de 2022

SANGUE

 Nei Duclós 


Meu sangue jorra no poema

Fico tão vazio que o vento leva

E joga fora o pulso da palavra 


Achei que um anjo me soprava 

A obra que deixei ao ir embora

Mas descobri que sou o anjo 

Espírito de um sonho sonoro

Desprovido de asas, meio torto

Amante da mulher que fica solta

Enquanto me

dobro em seu regaço


Assim abraço o que perco

No rasgado uso da memória 


Nei Duclós

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