3 de julho de 2012

ZÊNITE

Nei Duclós

És como a Lua que surge sem me dizer endereço
no mesmo espaço noturno onde jamais te conheço
navegando pela margem companheira de Vésper
ou mais brilhante de tudo quando pula até o zênite

Escreves letras redondas na mensagem da pressa
para dizer que me ama assim como quem passa
indiferente com a luz que me seduz na conversa
no brilho definitivo das tuas vestes de louça

Aguardo a fase mais densa da tua estranha viagem
celebro quando me atendes no alto da carruagem
e morro se a nuvem chove as dores da tua ausência

Há um momento supremo ao te fazer de Crescente
riscando o céu dominado por uma rosa dos ventos
é nesse eterno presente que adivinho a Lua Cheia


RETORNO - Imagem desta edição: Christina Hendricks.