12 de junho de 2010

INGLESES ROUBARAM A JULES RIMET



Custou a cair a ficha: os ingleses jamais perdoaram o fato de o Brasil ter ficado com a taça Jules Rimet para sempre. Por isso, subornaram cartolas para deixar o texsouro bem à mostra sem segurança na sede da CBD e contrataram um argentino para fazer o roubo. Depois, foi só contra-informação: bastou dizer que a taça foi derretida para todo mundo acreditar. Ninguém desconhecia o imenso valor da taça. Um bandido que a possuísse pediria milhões por ela. Derreter pelo ouro é asneira, não cola. Mas colou. Ninguém contestou nada.

Mas eu soube que o argentino ladrão, que fingia ser músico amador, contrabandeou a taça num bandoneón. Hoje a Jules Rimet está no porão de um clube fechado inglês, guardada num cofre indevassável, feita do mais duro aço do mundo. É retirado de lá todos os anos para uma seleta platéia de nobres devassos, que acariciam o mimo vestindo saiotes, não porque sejam da Escócia (alguns são), mas para expressar seu domínio sobre os escoceses, como faz o Príncipe Charles.

Acredito que a taça Jules Rimet seja um dos segredos mais bem guardados do império britânico. Era uma questão de honra, prestígio e justiça, lá na visão deles, pois foram os ingleses que inventaram o futebol e nada mais lógico que eles ficassem com o galardão. Ainda mais que tinham conseguido já roubá-la em 1966, quando ganharam a final com a Alemanha com um gol suspeito. Sem falar que os brasileiros foram caçados em campo de maneira torpe e violenta, como mostrou o melhor documentário sobre futebol, Gol, dos próprios britânicos, que ninguém nunca mais fala e nem nunca mais foi exibido. Claro, denuncia claramente a sacanagem contra Pelé e o Brasil.

Os portugueses fizeram o jogo sujo, quebrando o Rei em campo, principalmente aquele Eusébio, ídolo lá deles, e natural da Angola, lugar onde a colonização do açúcar com mão de obra escrava africana foi formatada e depois exportada para o Brasil, como revelam os historiadores. A conexão Portugal-Inglaterra é antiga, vem do tempo das guerras napoleônicas Já havia tradição de conluios e conchavos entre eles. Foi um pulo bolar a estratégia para tirar o Brasil da reta. Já éramos bicampeões naquela altura. Já imaginaram se o Brasil fosse tri na Inglaterra? Seria um escândalo e uma humilhação. Acabou sendo no México, na cucaracholândia. Aí podia. O Brasil está proibido de ser campeão na Europa de novo, por isso ficou imobilizado na final de 1998. Ameaçaram, compraram, mas que teve treta ali, teve, está na cara.

Roubar em Copa é algo recorrente. Os argentinos nos acusam de nos conluiar com a Fifa para ganhar sucessivos campeonatos (jamais admitirão a superioridade verde-amarela no futebol), como aconteceu em 1994, quando eles foram eliminados porque o Maradona já gostava do riscado na época e rodou no anti-doping. Mas os argentinos pagaram, comprovadamente, 50 milhões de dólares para os peruanos afrouxarem o jogo, perderem de seis a zero e assim eliminarem o Brasil na Copa de 1978, realizada exatamente na Argentina. De novo a humilhação nacional: não poderíamos ser campeões em Buenos Aires. Isso, jamais. Só o Brasil teve a grandeza de perder em casa. Perdeu por excesso de confiança e não fez nenhum esquema paralelo para se garantir. Eis a prova definitiva da nossa honestidade: o fato de termos perdido em 1950, em casa, com um timaço que conseguiu golear ao longo da competição.

Nesta Copa africana, o roubo mais notório foi a eliminação da Irlanda pela França com um gol de mão de Henry. Um escândalo que só se compara ao gol de mão de Maradona, quando a Argentina foi de novo campeã em 1986. No caso das eliminatórias recentes, houve óbvia conivência da arbitragem e também da Fifa. A França deveria ser eliminada em favor da Irlanda. Não se devolvem medalhas olímpicas quando se descobre uma falcatrua? A França, que levou goleada de nós em 1958, está precisando de um corretivo para que aquele sorriso sacana do Platini se desmanche no seu rosto pateta. Tua hora vai chegar, palhaço.

Xenofobia minha? Picas. Gosto de futebol e admiro um monte de craques e times do estrangeiro. Não gosto é que fiquem babando ovo para o Messi ou o Zizou, que isso pega muito mal. Como se o modelo estrangeiro sempre fosse o melhor. Acho os uruguaios fantásticos, em qualquer época e com qualquer time. Os caras que nos venceram nas fuças de 200 mil pessoas merecem respeito. Acho que os africanos levam jeito, só implico com o fato de eles se acharem todos Pelés, só pela cor da pele. Pelé é brasileiro, não africano, ponto.

Ainda está no começo. A Copa é um up-grade, uma atualização no mundo do futebol. Fico conhecendo gente que nunca vi jogar . O que não pode é ficar falando mal da Copa como se fosse loteria ou um torneio tosco em que só dá jogo pífio. É porque está no início, calma. Essa mania de esculachar a Copa é para preparar o terreno: se a seleção de Dunga ganhar, será uma vitória de espirro, como diria aquele grande estadista de estádio.

Ah, como é bom ser implicante. Se me pedirem provas sobre o roubo da Jules Rimet pelos ingleses direi que foi dedução lógica, a la Sherlock Holmes. Se ele pode, por que não eu?

Nenhum comentário:

Postar um comentário