13 de agosto de 2024

PERMISSÃO

 Nei Duclós 


Permita-me sonhar, destino mau

Já me comportei em teu curral

Nunca me queixei, porque é normal

Querer ser rei do meu quintal


Agora posso, vi um sinal

Do que chamei ressurreição

Reparto o pão, pobre maná 

Na multidão que não virá 


Não importa a solidão do meu olhar

Era um deserto o que esperei 

Anjos libertam lenços ao céu 

Acenam para essa desesperança 


Deixa eu sonhar, portal eterno 

É terminal tanta certeza

Depois as sobras vire do avesso

Pois cumprirei meu sacrifício 


Não ser lembrado

É só o que peço 

Farei segredo desse desfecho

Volte para o mar onde começo


Nei Duclós

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